CASA POPULAR EXPERIMENTAL
AUTOR(ES): FRANCISCO PETRACCO; NELSON MORSE
DATA DE PROJETO: 1968
LOCALIZAÇÃO: PROJETO NÃO EXECUTADO
FONTES DE PESQUISA: ACRÓPOLE N.350, P.33, MAI.1968.
REFERÊNCIA DO TEXTO: ZEIN, 2005: P.220

Proposta inovadora e crítica para habitações coletivas conformadas por casas individuais. A proposta leva em consideração que, embora a construção de casas seja mais econômica que de prédios, o custo total em termos urbanísticos para o provimento dos serviços infra-estruturais acaba sendo maior. Neste projeto os autores buscam uma economia infra-estrutural pelo desenho da solução de implantação e na proposta das unidades habitacionais.

Neste caso a solução não nasce de uma adaptação, redução e multiplicação de um modelo de maior dimensão, forçadamente reduzido; mas sim, das próprias questões projetuais internas ao caso, como relatam os autores: “nos foi solicitado uma residência: nós procuramos fazer uma célula. Um componente de um conjunto, não um conjunto de casas.” A solução parte de uma estrutura em espinha dorsal, conformada por uma parede dupla extensa, cujo vazio interno serviria de passagem da canalização de hidráulica e elétrica, alimentando uma dupla fileira de células habitacionais a ela adoçadas, portanto de costas entre si. Cada unidade tem apenas uma fachada iluminante, sendo a bancada de cozinha e banheiros junto ao muro de utilidades liminados e ventilados zenitalmente e por um pequeno pátio interno. O agrupamento das unidades permite obter alta densidade mesmo com um maior afastamento entre as fitas habitacionais: as casas perdem seu “quintal” privativo mas ganham um espaço-praça coletivo frontal mais amplo.

O projeto foi concebido de maneira a aproveitar recursos existentes correntes com um alto grau de sistematização e portanto de barateamento da construção, não se limitando apenas ao desenho da geometria dos espaços habitacionais, mas detalhando materiais e métodos da construção, inclusive com o desenho de portas, janelas, rodapés, calhas, etc. Propõe-se um módulo construtivo de 2.5 x 4.5 m, tendo cada casa quatro módulos ou 41.5 m2 de área (mais 3.5 m2 do pátio de ventilação da cozinha), permitindo alguma variação no arranjo das divisórias internas. A solução dos espaços é mínima e não permite facilmente acréscimos ou variações, e seu grande mérito é sem duvida o de problematizar a questão da infra-estrutura como parte essencial da solução da habitação social.

 

PERSPECTIVA:


ARQUIVO F.PETRACCO

 

DESENHOS TÉCNICOS: VIVIAN DE FREITAS PIO

 

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